2005/12/18

Nova edição de Aquilino

"Autor de obras como Jardim das Tormentas (1913), Terras do Demo (1919), Cinco Réis de Gente (1948) ou Quando os Lobos Uivam (1959), foi com Romance da Raposa (1924) que Aquilino Ribeiro ganhou notoriedade junto do público juvenil. A Bertrand Editora recuperou as ilustrações originais de Benjamin Rabier para uma nova edição do romance, mas desta vez os desenhos surgem a cores, de onde se realça o verde do bosque frondoso onde Salta-Pocinhas vive as suas aventuras. A linguagem, essa, é a mesma de sempre com expressões que não cedem com o tempo. Exemplo? "Quem não trabuca não manduca." Preço de capa 25 euros."

"Da fábula de Aquilino Ribeiro ao testemunho crítico medieval"

Ainda citando o Diário de Notícias: ""Havia três dias e três noites que a Salta-Pocinhas - raposeta matreira, fagueira, lambisqueira - corria os bosques, farejando, batendo ma-to, sem conseguir deitar a unha a outra caça além duns míseros gafanhotos, nem atinar com abrigo em que pudesse dormir um soninho descansado." É desta forma sugestiva que o escritor português Aquilino Ribeiro inicia a sua versão de O Romance da Raposa (edição da Bertrand), clássico juvenil que se encontra editado com ilustrações de Benjamin Rabier. E é no registo da fábula bucólica descomprometida, aligeirada por diálogos típicos da Beira Alta natal (o escritor nasceu na aldeia de Carregal, em 1895) que a obra fez história a partir da misteriosa raposa, nascida e criada vários séculos antes desta publicação.

Tal como o percurso sinuoso da raposa Salta-Pocinhas pelo bosque, a origem desta história não é consensual, mas sabe-se que a personagem surgiu entre os séculos XII e XIII e é um dos primeiros exemplos de uma figura reincidente nos contos de tradição oral que transitou para as páginas dos primeiros livros populares na Idade Medieval. Le Roman de Renart (título original de O Romance da Raposa) não apareceu primeiro como prosa literária compilada por um escritor célebre. Foi antes produto de múltiplos versos octossilábicos que monges copistas produziram como forma de usar o comportamento arisco de animais para, daí, dar lições de moral e bons costumes a um povo analfabeto a essência da fábula.

O estilo algo superficial dos manuscritos encontrados (quase sempre com direito a ilustrações) descreve Salta-Pocinhas como um herói marginal e mais esperto que as restantes personagens animais - as mais conhecidas são Tibert, o gato, Noble, o leão, e Isengrip, o lobo. Os episódios, inspirados na obra Fábulas de Esopo, revelam cruzadas, ataques a castelos e desrespeito pela autoridade.

Segundo o ensaio A Novela da Idade Média, da autoria do professor catedrático brasileiro Ricardo Costa, a história de O Romance da Raposa, tal como da maioria das fábulas da época, tinha funções sociais relevantes e um carácter disciplinar. Além de ajudar a reconhecer o papel divino, o conto levava o leitor (ou, na maior parte dos casos, o ouvinte) a "unir-se às virtudes e a odiar os vícios", confrontar "opiniões erróneas", questionar a ordem e satirizar o dia-a-dia. Ainda segundo Ricardo Costa, "a utopia medieval fornecia um caminho para se chegar à perfeição", no entanto, "o importante não era saber se o andarilho chegaria a realizar o seu modelo utópico no fim da caminhada e sim tentar trilhar sempre o caminho escolhido".

E é isso que tanto o Salta-Pocinhas da obra de Aquilino Ribeiro como o Reinaldo do filme de animação que hoje chega às salas nacionais procuram fazer usar as artimanhas e a astúcia de uma raposa para procurar subir na vida.

No filme de Thierry Schiel, o protagonista tem, em particular, um bom coração, característica que justifica a sua ousadia e facilita o processo de identificação com os jovens espectadores ao qual o filme se destina. Mas, cerca de oito séculos depois, a essência das per- sonagens e das situações caricatas mantém-se. Tal como as histórias que ainda se contam sobre a raposa, matreira, e o lobo, ingénuo."

"Os esquimós de Vieira em viagem pelas estrelas"

Reproduzo do Diário de Notícias de 12 de Dezembro:



Edição

Os esquimós de Vieira em viagem pelas estrelas

'Kô e Kó, Os Dois Esquimós', ilustrado por Vieira da Silva, sai agora em Portugal

"É uma cabana de dois esquimós à procura do sol, viagem fantástica e interior na cauda de duas estrelas que descem suavemente sobre eles, como "dois elevadores dourados" com a luz virada de avesso. É também um livro para crianças, que se abre como um cenário de teatro, intitulado Kô e Kó, os Dois Esquimós. Com texto de Pierre Gueguen, conta com ilustrações de Vieira da Silva e acaba de ser publicado numa belíssima edição da Gótica com Michel Chandeigne. A tradução é de Joana Cabral.

Os mesmos desenhos da pintora, mestre na desmultiplicação do espaço e na sua fragmentação, estiveram expostos em Lisboa, na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, em 2001, lado a lado com a ilustração de Os Desastres de Sofia, da Condessa de Ségur, incluída num livro oferecido a Violante Canto da Maya, filha do escultor.

Kô e Kó surgem, em 1933, numa série de guaches de Vieira realizados para 14 páginas. O livro, publicado em França pela galerista Jeanne Bucher, numa tiragem de 300 exemplares - dos quais 12 eram acompanhados, cada um, de um original, assinados e numerados -, integra duas pranchas com desenhos das personagens para o leitor recortar e poder montar.

Não será o pior método, este o de chegar a Vieira pelo lado dos livros que a pintora portuguesa, um dos nomes mais relevantes da Escola de Paris e do abstraccionismo lírico, ilustrou. Nesta sua faceta menos conhecida, detecta- -se o traço, a matéria visual, o processo de escrita. É ainda evidente uma poética do espaço e a explosão rítmica de formas e emoções.

Depois da guerra, Vieira da Silva participará no projecto Caderno de Juventude e "comentará" Zadig, de Voltaire, L'Oiseau Bleu, de Maeterlinck, ou Médico à Força, de Molière. Neste Kô e Kó, as árvores são, afinal, meninas com braços brancos, a terra parece um prato de farófias e as focas assustam os dois esquimós. A mão de Vieira dança, entretanto, por entre as letras como um anjo."

2005/12/01

Noddy e Enid Blyton

"Histórias de uma criança com 56 anos", por Ana Filipe Vieira

""Não estou aqui só para escrever histórias, por mais que goste de o fazer. Estou aqui para promover a amizade, a bondade, a lealdade e todas as coisas que as crianças devem aprender." Quem o afirmou foi Enid Blyton, que sempre quis mostrar que era possível entreter as crianças sem recorrer à violência. A avaliar pela afluência de pequenos espectadores à Casa da Música, no Porto, e a que se espera entre hoje e dia 4 no espectáculo Noddy Live no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, pode dizer-se que "A Máquina", alcunha pela qual a autora era conhecida no universo literário, foi bem sucedida.

Mas o êxito de Noddy (expressão que, em inglês, é usada para denominar alguém que está sempre a dizer que sim com a cabeça) não é um fenómeno recente. Corria o ano de 1949 quando a escritora de livros infanto-juvenis mais popular de todos os tempos publicou a primeira aventura deste personagem. Noddy Goes to Toyland (na foto, um exemplar da obra), assim se intitulou o livro ilustrado pelo cartunista dinamarquês Harmsen van der Beek, teve êxito imediato.

Durante os 56 anos que se seguiram, o "filho de madeira", de Enid Blyton, foi o melhor amigo de gerações e gerações de crianças, que descobriram com entusiasmo cada vez maior as inocentes aventuras do pequeno boneco, sempre importunado pelos malvados duendes Sonso e Mafarrico e "salvo" pelos amigos Orelhas e Senhor Lei.

O período mais conturbado da vida de Noddy, baptizado em França (o primeiro país a traduzir os livros de Blyton) de "Oui-Oui", remonta à década de 60. Na sequência das críticas às obras da escritora britânica, acusada de banalidade, snobismo e xenofobia - os vilões da colecção de livros de aventuras Os Cinco são sempre estrangeiros - surgiu uma campanha anti-Noddy, que apontava o dedo ao famoso habitante da Cidade dos Brinquedos e ao seu amigo e mentor Orelhas, apelidando-os de "perversos". As razões prendiam-se com o facto de viverem juntos.

Foram essencialmente os bibliotecários de vários países que se manifestaram contra as publicações. Durante algum tempo, juntaram-se para protagonizarem cerimoniais onde queimavam os livros do Noddy, cuja venda acabou mesmo por ser proibida em Inglaterra, na Austrália e na Nova Zelândia. Nos anos 70, o personagem negro que integrava as histórias e que dava pelo nome de Gollywog foi retirado das narrativas - sob a acusação de fomentar o racismo - e as odisseias do Noddy e dos seus companheiros regressaram às estantes daqueles países.

Apesar do "incidente", a popularidade do boneco não foi perturbada e Enid Blyton resolveu não dar importância "a críticos com mais de 12 anos".

Desde então, Noddy e o seu mundo mágico não mais pararam de angariar novos adeptos em todo o mundo, justificando o nascimento e crescimento de uma infindável gama de produtos com e sobre o rapaz promotor da honestidade e da benevolência. Dos livros que apresentam desenhos para pintar aos autocolantes reutilizáveis, passando pelos brinquedos e pelos jogos (existem muitos mais do que quaisquer outros com um boneco inglês), pela banda desenhada, pela Sétima Arte (o primeiro e único filme, Noddy In Toyland, foi realizado em 1957 por Maclean Rogers), pelos DVD e CD, pelos toques e capas para os telemóveis, pelas peças de vestuário e pelos acessórios, muitos são os indícios de sucesso do menino idealizado por Enid Blyton.

Mas foram as séries de televisão, as mais recentes a três dimensões e quase todas destinadas a crianças dos três aos sete anos, que contribuíram para o incremento da fama do brinquedo. Quando os EUA aderiram a esta "febre", há apenas cerca de oito anos, foram encomendados os livros da escritora adaptados do inglês para o estilo de linguagem americana e acompanhados por uma produção televisiva da BBC Worldwide. Esta teve direito à maior verba que a cadeia britânica deu, até então, a um programa infantil.

E, para quem não sabe, fica a advertência em terras nacionais, o Noddy pode ser acompanhado através do canal 2:, que exibe, de segunda a sexta-feira, no espaço Zig Zag (19.45), Abram Alas para o Noddy. Esta série transporta para o pequeno ecrã as provações originais que a "mãe" Blyton criou para o herói de palmo e meio.

Produzida desde 2001 pela dupla Paul Sabella e Jonathan Dern, Make Way for Noddy (título original) recorre a efeitos visuais conseguidos através de imagens computorizadas, tornando as histórias ainda mais atractivas para as futuras gerações de crianças."


"A 'pop star' dos mais pequenos", por Ricardo Araújo Fonseca

"Quando Noddy entrou na sala 1 da Casa da Música, já o espectáculo decorria há alguns minutos, dir-se-ia estarmos perante uma pop star. Uma estridência absoluta de centenas de crianças, que esticavam os braços e o chamavam, com uma ansiedade que recordava aparições públicas de outras mega-estrelas da actualidade. Quanto ao boneco, saído do famoso táxi colorido que sempre o acompanha, abriu efusivamente os braços e gritou "Olááá!", sendo necessário proteger os ouvidos no momento seguinte, quando a jovem plateia devolveu em uníssono aquela saudação.


Este estrondo do primeiro espectáculo Noddy em Portugal (e o primeiro fora de Inglaterra, país natal da personagem) era já previsível, tendo em conta a romaria que se formou junto à Casa da Música, mal começaram a ser vendidos os bilhetes. Com uma fila que se esticou até à Rotunda da Boavista, rapidamente desapareceram os 15 mil ingressos disponíveis para os espectáculos que se realizaram entre 23 e 27 de Novembro, tendo a Câmara do Porto adquirido duas plateias completas para oferecer a oportunidade a crianças desfavorecidas. No total, estima-se que, entre os espectáculos de Porto e Lisboa (que se iniciam hoje, no Pavilhão Atlântico, com apresentações até 4 de Dezembro), sejam vendidos cerca de 65 mil bilhetes, sendo que o número de espectadores poderá ser superior, contabilizando-se as crianças com menos de três anos.

Preparado desde o início de 2005, o Noddy Live implicou a vinda de dois camiões ingleses, a que se juntaram mais dois portugueses, para transportarem toda a maquinaria necessária ao espectáculo. Também de Inglaterra vieram os actores que deram vida aos bonecos da Cidade dos Brinquedos, apesar das suas vozes pertencerem a conhecidos cantores portugueses. Miguel Ângelo, dos Delfins, empresta a voz ao Orelhas; Miguel Gameiro, dos Pólo Norte, ao Sr. Lei; Rita Reis, das Non Stop, à Dina; enquanto o Noddy recebe a voz de Ana Luís.

Riquíssimo em efeitos sonoros e de luz, o espectáculo apresenta-nos mais uma aventura de Noddy na Cidade dos Brinquedos. Há uma máquina do tempo, inventada pelo Sr. Faísca, que é roubada pelos duendes Sonso e Mafarrico, que com ela pretendem arruinar a "feira dos raios de sol", onde abundam as guloseimas e os presentes. Noddy vê-se envolvido na tramóia dos duendes e acaba por ser preso, sendo detido numa curiosa penitenciária em forma de capacete de polícia inglês (os Bobbys). Dividido nos seus sentimentos, o boneco interpela as crianças, pedindo-lhes conselhos sobre o que há-de fazer. E novamente ribombam as suas vozes, atropelando-se em sugestões e em palpites. Um dos trunfos do espectáculo é esta interacção permanente, incitando-se os miúdos a tomar partido e a participarem em coreografias nos momentos musicais. As canções do Noddy são inseridas com frequência, servindo de remate aos diversos quadros da peça. E o cenário vai-se alterando conforme o lugar da acção. Finalmente, após muitos conselhos e trapalhadas (o clima dentro do palco vai mudando ao sabor da vontade dos duendes, e ora chove, ora cai neve), Noddy resolve os seus dilemas e os habitantes da Cidade dos Brinquedos recuperam a máquina do tempo. Os duendes são perdoados e acabam também a festejar a "feira dos raios de sol". E, quando se despedem, há novamente histeria e mais uma vez nos lembramos de um concerto de música pop, com os miúdos desaustinados a pedirem encore.

O sucesso do espectáculo é compreensível pela celebridade do boneco e pela magnífica concepção do cenário, mas segundo Dan Colman, da Lemon (empresa que co-produziu o espectáculo com a Direcção de Educação e Investigação da Casa da Música), o grande segredo do Noddy é representar "valores universais" e apelar ao convívio e ao entendimento. "Os problemas resolvem-se através da comunicação, nunca através da violência, como noutros cartoons."
Feito de madeira, é amigo do seu amigo e adora conduzir um táxi vermelho e amarelo, que se faz ouvir com um sonoro "Pii! Pii!". Viaja muitas vezes de avião para visitar lugares distantes do País dos Brinquedos. Está sempre metido em sarilhos, especialmente porque os duendes Sonso e Mafarrico passam os dias a pregar-lhe partidas. Quando fica agitado, abana a cabeça, "accionando" o guizo que tem na ponta do seu chapéu azul."

2005/11/28

CEPLI - V Seminário Internacional de "Leitura e Património"

PRIMERA CIRCULAR


Directores:

Pedro C. Cerrillo, Elisa Larrañaga, Eloy Martos,

Mª Carmen Utanda y Santiago Yubero



Secretarios:

Cristina Cañamares, Raúl Navarro, César Sánchez, Sandra Sánchez

Secretario técnico:

Carlos J. Martínez

Con la colaboración de:

Universidad de Extremadura

Universidad de Passo Fundo (Brasil)

Patronato Universitario Cardenal Gil de Albornoz

Facultad de Educación y Humanidades

Vicerrectorado de Extensión Universitaria y del Campus de Cuenca

Vicerrectorado de Investigación

Viceconsejería de Universidades de la JCCM

Ediciones SM

Ediciones Anaya

Edelvives

Alfaguara


Miércoles 25 de octubre

9,15 h. Recogida de documentación y acreditaciones

9,45 h. Acto inaugural, con intervención de:

Dr. Francisco Duque Carrillo, Rector Mgfco. De la Universidad de Extremadura

Dr. Rui Getulio Soares, Rector de la Universidad de Passo Fundo (Brasil)

Dr. Ernesto Martínez Ataz, Rector Mgfco. De la Universidad de Castilla La Mancha

10,30 h. Conferencia: Por determinar

12 h. Mesa 1: La creación literaria para niños y jóvenes, hoy

D. Fernando Alonso (escritor), Dª Monserrat del Amo (escritora), Dr. Antonio Gómez Yebra (escritor y profesor de la Universidad de Málaga) y Dr. Gabriel Janer Manila (escritor y catedrático de la Universidad de Baleares). Modera: Dra. Mª Carmen Utanda (Prof. Titular de E.U. de la Universidad de Castilla La Mancha)

17 h. Comunicaciones. Sesión 1.

19 h. Presentación del nº 2 de la Revista OCNOS

Jueves 26 de octubre

9,30 h. Mesa 2: La formación del lector

Dr. Antonio Mendoza Fillola (Catedrático de la Universidad de Barcelona), Dr. Luis Sánchez Corral (Catedrático de la Universidad de Córdoba), Dr. Santiago Yubero Jiménez (Catedrático E.U. de la Universidad de Castilla La Mancha). Modera: Dra. Gloria García Rivera (Prof. Titular de la Universidad de Extremadura)

12 h. Mesa 3: Identidad, lecturas, patrimonio e interculturalidad

Dr. Bernard Bentley (Prof. Universidad de St. Andrews –Escocia–), Dr. Fernando Fraga Azevedo (Prof. Universidad do Minho –Portugal–), Dr. Jaime García Padrino (Catedrático de la Universidad Complutense de Madrid) y Dr. Eloy Martos Núñez (Catedrático de E.U. de la Universidad de Extremadura). Modera: Dr. Ángel Suárez Muñoz (Prof. Titular de la Universidad de Extremadura)

17 h. Comunicaciones. Sesión 2

18,30 h. Comunicaciones. Sesión 3

Viernes 27 de octubre

9,30 h. Mesa 4: Nuevas lecturas y nuevos lectores

Dr. Pedro C. Cerrillo (Catedrático de la Universidad de Castilla La Mancha), Dra. Gemma Lluch Crespo (Prof. Titular de la Universidad de Valencia), Dra. Tânia Rosing (Prof. de la Universidad de Passo Fundo –Brasil–). Modera: Dra. Elisa Larrañaga Rubio (Prof. Titular de E.U. de la Universidad de Castilla La Mancha)

12 h. Conferencia: Por determinar

13 h. Entrega de diplomas

13,15 h. Clausura:

Dr. José Ignacio Albentosa (Vicerrector de Extensión Universitaria y del Campus de Cuenca)

13,45 h. Vino de despedida.

Áreas de COMUNICACIONES

1: “La formación del lector: nuevas lecturas y nuevos lectores”

Preside: Maria do Sameiro Pedro (Prof. Adjunta da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Beja ­ –Portugal­­­–)

2: “Selección de lecturas y maduración lectora”

Preside: Dª Dolores González López-Casero (Fundación Germán Sánchez Ruipérez)

3: “Lecturas canónicas, clásicos y lecturas periféricas”

Preside: Dr. Gabriel Núñez (Universidad de Almería)

4: “Identidad, lecturas, patrimonio e interculturalidad”

Preside: Dr. Antonio Mula (Universidad de Alicante)

5: “Corrientes y temas de la LIJ actual”

Preside: Dra. Blanca A. Roig (Universidad de Santiago de Compostela)

6: “La animación lectora como fórmula para captar lectores”

Preside: Dª Claudia Rodríguez (Fundalectura –­Colombia–­)

NORMAS para la presentación de COMUNICACIONES y POSTERS

Quienes deseen presentar comunicación, deberán enviar un resumen de la misma antes del 30 de abril, a través de correo electrónico, a la dirección andres.villanueva@uclm.es, en archivo adjunto en Word.

Los resúmenes deberán tener formato de fuente Times New Roman, cuerpo 12, espaciado de 1,5 líneas y presentar el siguiente formato:

  • Comunicaciones:

- Nombre del autor o autores (no más de 3 por comunicación)

- Centro de trabajo

- Puesto que ocupa

- Título

- Resumen de 250 palabras (entre 15 y 20 líneas). El resumen debe ser completo (recoger todos los aspectos sustanciales del trabajo), conciso (sin elementos accesorios), informativo (no evaluativo) y preciso.

- Cinco palabras clave.

- Área a la que se presenta el trabajo.

Pósters:

- Nombre del autor o autores (no más de 4 por póster)

- Centro de trabajo

- Puesto que ocupa

- Título.

- Resumen de 200 palabras.

- Área a la que se inscribe el trabajo.

Cada autor podrá firmar un máximo de dos trabajos.

A finales de mayo, cuando el Comité Científico haya valorado las propuestas recibidas, se confirmarán las que sean aceptadas, así como el área en que se incluirán. Al menos uno de los firmantes debe estar inscrito en el Congreso. Antes del 30 de septiembre los autores enviarán las comunicaciones definitivas, así como los pósters.

Todas las propuestas aceptadas deberán ser expuestas por alguno de los autores; cada comunicante contará con 15 minutos para la exposición del trabajo. Los autores de posters deben estar disponibles en la sesión de presentación para responder a las cuestiones que hagan los asistentes.

Las comunicaciones completas, junto con las ponencias, serán editadas por el Servicio de Publicaciones de la UCLM, con posterioridad a la celebración del Seminario. Sus autores las entregarán en dos copias, una en CD o disquette (Word) y otra en papel, de acuerdo a las siguientes normas de edición:

  1. La extensión no será superior a 8 páginas (DIN A-4, 1,5 espacio, Times Wew Roman, cuerpo 12), incluidas las referencias bibliográficas, que deben ir al final del trabajo, ordenadas alfabéticamente por el apellido del autor, de esta manera:

APELLIDOS, Nombre (Año): Título del libro. Ciudad: Editorial.

En el caso de artículos o capítulos de libros:

APELLIDOS, Nombre (Año): “Título del artículo”, Nombre revista o título libro, nº y volumen (en el caso de revista), págs.

  1. Los trabajos vendrán encabezados con el título, nombre y apellidos del autor o autores, profesión y centro de trabajo.
  2. Los trabajos que incluyan imágenes, cuadros o gráficos deben presentarse numerados, con indicación de la parte del trabajo en el que se incluirían. Serán en blanco y negro y con la nitidez suficiente para poder ser reproducidos.
  3. Las comunicaciones se enviarán a CEPLI. Facultad de Educación y Humanidades. Avda. de los Alfares, 44. 16071 Cuenca.

COMITÉ CIENTÍFICO:

Dra. Luisa Abad (Universidad de Castilla La Mancha)

Dr. José Ignacio Albentosa (Universidad de Castilla La Mancha)

Dr. Antonio Basanta (Fundación Germán Sánchez Ruipérez)

Dr. Ángel Cano (Universidad de Castilla La Mancha)

Dr. Xavier Etxaniz (Universidad del País Vasco)

Dr. Fernando Fraga Azebedo (Universidad do Minho –Portugal–)

Dr. Jaime García Padrino (Universidad Complutense)

Dra. Gloria García Rivera (Universidad de Extremadura)

Dr. Antonio Gómez Yebra (Universidad de Málaga)

Dr. Ramón Llorens (Universidad de Alicante)

Dra. Gemma Lluch (Universidad de Valencia)

Dr. Antonio Mendoza (Universidad de Barcelona)

Dra. Pascualita Morote (Universidad de Valencia)

Dr. Jesús A. Moya (Universidad de Castilla La Mancha)

Dr. Ángel Luis Mota (Universidad de Castilla La Mancha)

Dr. Martín Muelas (Universidad de Castilla La Mancha)

Dr. Antonio Mula (Universidad de Alicante)

Dr. Gabriel Núñez (Universidad de Almería)

Dra. Carmen Poyato (Universidad de Castilla La Mancha)

Dra. Blanca A. Roig (Universidad de Santiago de Compostela)

Dra. Tânia Rosing (Universidad de Passo Fundo –Brasil–)

Dr. Luis Sánchez Corral (Universidad de Córdoba)

Dr. Félix Sepúlveda (UNED)

Dra. Victoria Sotomayor (Universidad Autónoma de Madrid)

Dr. Ángel Suárez (Universidad de Extremadura)

INSCRIPCIONES

Con comunicación:

Antes del 14 de julio de 2006: 90 €

A partir de esa fecha: 120 €

Sin comunicación:

Del 10 de septiembre al 17 de octubre de 2006: 60 €

(La matrícula da derecho a la asistencia a todas las sesiones, al dossier de resúmenes y al vino de honor de despedida. A los asistentes con comunicación se les enviará un ejemplar de las Actas del Seminario a su domicilio, una vez que estén publicadas).

Para los estudiantes de la Universidad de Castilla La Mancha la asistencia al Seminario podrá ser convalidada por 2 créditos de libre configuración

2005/11/27

João Vaz de Carvalho na "Pública"

"Pintor há 20 anos, João Vaz de Carvalho venceu a Bienal Internacional de Ilustração para a Infância 2005, mas não acredita que se ilustre para as crianças. As diferenças que hoje encontra entre a pintura e a ilustração são apenas de escala e de suporte. E o que mais faz é ilustrar sem texto.

Subverter as ideias e as coisas, desmontá-las com humor, divertir-se e divertir é o que faz João Vaz de Carvalho quando desenha. "Se temos a felicidade de nos divertirmos e a capacidade de ter humor, é um pecado não usufruir disso. E partilhar." O vencedor da Bienal Internacional de Ilustração para a Infância 2005 (Ilustrarte) não acredita que se ilustre para as crianças. Ilustra-se, simplesmente: "Ou se tem a capacidade de se comunicar com elas ou não." E está convencido de que os miúdos, perante um desenho, não têm qualquer expectativa: "Uma criança não espera nada de uma ilustração. A criança recebe [algo], se aquilo tiver capacidade para chegar a ela."
Com raízes rurais, natural do Fundão, Beira Baixa, conta como a sua infância foi passada em quintais e quintas. "Absorvi aquele ambiente e aqueles objectos e só me dei conta disso muito tarde. Mas essa presença é muito forte no meu trabalho. E isso passa para as crinças. No momento em que eu recebi aquelas informações e emoções, eu era criança. Não posso dizer que é uma emoção universal, mas pelo menos posso dizer que é comum."
Objectos quotidianos a dançar na cabeça de bonecos narigudos e de pernas fininhas é uma das suas imagens recorrentes. E é fácil sorrir-se diante delas. "Se não se tratar de uma patologia, há dramas que só existem na cabeça das pessoas. Temos de descobrir o lado divertido e positivo das coisas. E rir."
Pintor autodidacta, tem 47 anos e importa da pintura a técnica que usa para ilustrar. Mas não foi sempre assim. "Eu tinha algum temor em transportar para a ilustração a minha linguagem da pintura. Achava que estava a diminuí-la. Ao mesmo tempo, na ilustração, não sentia ter liberdade para executar plenamente, para me pôr todo ali. Como dependia de outros, nunca tive coragem de a abordar com a mesma liberdade que abordo as minhas histórias."
Procurou então, durante algum tempo, criar uma distância entre a pintura e a ilustração, "na pintura havia um lado experimental mais presente e mais forte". Há quatro ou cinco anos, rompeu com isso. "Era uma estupidez completa." E percebeu: "O meu trabalho é aquele, independentemente de ter texto ou não de alguém. Sou eu. Tenho de me entregar por completo àquele trabalho, seja ele de raiz da minha autoria ou de outra pessoa qualquer." A viragem deu resultado.
Antes, quando se tratava de ilustração, desenhava a lápis e depois passava para ecoline (aguarela líquida) sobre papel. Uma técnica "mais rápida e com um resultado plástico diferente". Agora, passa a acrílico, como na pintura. "Foi um salto brutal, as coisas enriqueceram imenso." Sente-se hoje mais identificado com o que faz como autor de ilustrações do que antes. "É mais uma diferença de dimensão e de suporte do que de discurso. A ilustração é no papel e a pintura em tela."
No caso da Ilustrarte, apresentou inéditos. E explica que podiam ser perfeitamente trabalhos finais de telas suas, mas transportou-as para uma dimensão mais pequena e para o suporte papel. "Gosto das duas coisas (pintura, ilustração), mas na pintura há um desgaste maior. Na ilustração, o processo é mais pacífico, mais fácil, até do ponto de vista físico. A escala é outra, trabalha-se com estirador."
João Vaz de Carvalho teve várias experiências profissionais, trabalhou num estúdio de gravação e num atelier de escultura em Coimbra (do artista plástico Vasco Berardo), mas há 20 anos que se dedica exclusivamente às artes. "Foi um salto complicado, no escuro. Mas não me arrependo, faço o que gosto. O meu trabalho desde o início foi muito bem aceite pelas pessoas."
Tem um longo percurso de colaboração com galerias (Novo Século, Trema e Altamira, de Francisco Paulino) e conta com um público fiel, "alguns fãs na arquitectura e no design de interiores". E sempre que expõe, "quadros que podem ter 1x20m por 1x20m", vende as exposições completas.
A passagem para ilustração deu-se numa dessas mostras. A então directora da revista "Marie Claire", a jornalista Maria Elisa, achou a sua pintura muito ilustrativa e convidou-o para umas experiências naquela publicação. "Nunca mais parei. Agora tenho trabalhado com o "Diário de Notícias" e fiz, há pouco tempo, uma capa da revista "Actual" do "Expresso"."
Nestes trabalhos em que o ponto de partida é um texto de alguém, procura não se aprisionar ao que está escrito. "Há um processo de interiorização e de depuração, que leva algum tempo, fica depois o essencial. Mas procuro nunca me prender muito ao texto." Acredita que o papel do ilustrador é acrescentar alguma coisa às histórias, "mas algumas têm mais que ver connosco, entramos mais facilmente naquele espírito, comunicamos mais com aquele discurso, outras menos".
O pior de tudo é os autores darem sugestões e dizerem que "gostavam de ter uma coisa assim, para uma capa, por exemplo". Às vezes isso acontece, até com pessoas conhecidas: "É terrível porque ficamos limitados à partida, ficamos reféns do que o autor imaginou na cabeça dele. Coisa que nós nunca vamos conseguir atingir."
Mas, afinal, o que é ilustrar? "Ilustrar é fazer mais uma história, é inventar mais uma das minhas histórias, mesmo que tenha como suporte a ideia de outra pessoa."
Realça mais uma vez o lado humorístico forte no trabalho que cria e diz ilustrar-se a si próprio, pelo que qualquer semelhança entre ele e os seus bonecos não será pura coincidência. "Os pintores são ilustradores de si próprios e dos seus próprios mundos. Usam todos os recursos e dispõem de total liberdade. Eu ilustro sem texto. E divirto-me imenso."
Recorda uma expressão que o seu amigo escritor António Avelar Pinho (co-autor do Clube dos 4) criou para ele: "Um escritor mascarado de pintor." E justifica-a: "Eu pinto histórias, seja na pintura ou na ilustração. Só que na ilustração tenho as histórias dos outros e na pintura é a minha história."
É metódico e passa muitas horas fechado no atelier, na Parede, "sozinho, isolado, um bicho do mato". Esta rotina é interrompida para levar as filhas à escola (uma de dez anos e outra de oito) e, ao fim do dia, para a logística familiar. "As semanas repetem-se assim. A minha vida é a pintura e a ilustração."
Ser seleccionado pelo júri da bienal, como o foi há dois anos, bastava-lhe, mas ser escolhido como o melhor entre 920 trabalhos de 50 países deixou-o surpreendido e contente. "Já teve efeitos": foi contactado por editoras espanholas da área infanto-juvenil e está em negociações para alguns projectos. Além do reconhecimento nacional, agrada-lhe a visibilidade internacional que a Ilustrarte faculta, "afinal, o catálogo vai viajar pelo mundo". Os seus bonecos também."

2005/11/21

Livrarias e outras coisas mais

Era uma vez... histórias de encantar

Há serões temáticos em que os meninos vão de pijama e saco-cama para ouvir e, também, contar histórias

Ana César Costa

"Vamos contar a nossa história", grita alegremente a Inês. Faz parte de um grupo de 30 crianças sentadas no chão da livraria Bichinho do Conto, em Oeiras. Algumas delas estão ao colo dos pais, ansiosas pela hora do conto. Tem então início o ritual. Seguindo uma sugestão de Mafalda Milhões, a contadora de histórias, todos respiram fundo até o silêncio reinar na pequena sala. É dia de ler uma história nova, chamada A-Princesa-Que-Tinha-Uma-Luz-Por-Dentro e estão presentes o autor, o ilustrador e o editor no livro.

Na Bichinho do Conto, todos os fins-de-semana, a partir das 16.00, há a Hora do Conto, geralmente com a própria Mafalda. Sempre que possível, aparecem também os autores, "pessoas que conseguem contar histórias maiores do que o mundo dentro de um livro", explica Mafalda. Durante a semana, a livraria reserva a Hora do Conto para as escolas (por marcação). O Bichinho do Conto organiza ainda serões temáticos infantis, "uma espécie de maratonas pequeninas que duram horas", em que os pais trazem os meninos vestidos de pijama e com um saco-cama quentinho. "Nesses serões temos contadores convidados, mas a piada é que pais e filhos também começaram a contar", adianta Mafalda Milhões. Foi o que aconteceu com o Simão, de sete anos, e a Rebeca, de oito, ouvintes regulares que já conseguem cativar uma plateia de 150 pessoas com as suas histórias lidas ou inventadas.

"Basta olhar para eles para perceber que o nosso trabalho está a funcionar", comenta a responsável do espaço. São crianças que se sentem "em casa", até porque aqui têm as guloseimas que gostam, sumos, groselhas, bolos e rebuçados para acompanhar a leitura.

A livraria que era botequim. Uma exposição permanente dedicada a Natália Correia faz parte, desde domingo, da livraria Pequeno Herói, à Graça, em Lisboa. Isto porque a primeira obra da autora datada de 1945 foi precisamente um livro infantil, chamado A Grande Aventura de um Pequeno Herói. E também porque a livraria está localizada no edifício do antigo botequim da poetisa, dedicado a tertúlias e conotado com o combate ao fascismo ainda antes do 25 de Abril.

O local continua a ser ponto de encontro obrigatório para quem quer ouvir uma boa história. Mas agora o que se escuta são histórias infantis interpretadas por Elsa Serra, desde sempre fascinada por livros e ela própria autora de O Senhor das Barbas Brancas.

Aberta em Fevereiro deste ano, a Pequeno Herói aposta forte na literatura infantil e juvenil, reservando apenas algumas prateleiras para os livros "de adultos".

Sentados em almofadas coloridas espalhadas pelo chão, as crianças mexem à vontade nos livros expostos, observam as ilustrações, estudam as formas das letras, con- versam e brincam. Em dez meses de actividade não houve mais do que um ou dois livros rasgados, garante Elsa, que dá mostras de toda a sua criatividade na Hora do Conto, sempre às 16.00, todos os sábados e domingos. Os alunos da zona aproveitam os dias de semana para ouvirem as suas histórias, na livraria ou até na própria escola. Uma actividade já antes concretizada pela autora e empresária através do projecto CLIC (Clube de Literatura, Ilustração e Companhia) e da Associação Histórias Desenhadas, fundada por Elsa Serra e por Margarida Fonseca Santos, com o objectivo de incentivar a leitura e a escrita, desenvolver a criatividade e promover o crescimento equilibrado da criança.

A Pequeno Herói organiza ainda ateliers de escrita criativa, ilustrações e dramatização, para alunos do pré-primário ao terceiro ciclo, divididos por temas e idades. Realiza também encontros com autores e exposições de pintores e ilustradores infantis, entre outras actividades. A ideia de trazer novos contadores às livrarias vindos de outras paragens, incluindo da Galiza, está por realizar por falta de verbas. Mas, entre sessões de contos e feiras do livro em escolas, as aventuras não param de acontecer.


A hora do conto

São 208 as bibliotecas municipais de todo o país (não incluindo as da capital) apoiadas pelo Instituto do Livro, através de 250 a 300 acções por ano inseridas no programa Itinerâncias. Só no primeiro semestre de 2005 contabilizaram-se cem acções nesta área, ou seja, formação de técnicos, espectáculos, concursos e outros eventos. Cada biblioteca é autónoma para organizar actividades como a Hora do Conto, quando um grupo de crianças se reúne para ouvir uma história contada por um animador cultural, não existindo estatísticas. Por isso é difícil calcular o número de crianças que tem acesso a um contador de histórias, figura outrora omnipresente numa comunidade. Na formação dos actuais animadores, que percorrem bibliotecas e escolas com o objectivo de incentivar o gosto pela leitura, insiste-se em "trabalhar a partir do livro, explorá-lo de diversas maneiras", explica Maria Cabral, do departamento de Promoção da Leitura.

Ouvir ler e interpretar uma história é mais do que estimular a imaginação das crianças. É cativá-las para a leitura em si mesma, seja de um conto, seja, mais tarde, de um texto técnico. E é uma actividade tão mais importante quando se sabe que, em 30 países da OCDE, Portugal é o 28.º em número de leitores. "A maior parte sabe ler (juntar letras) mas grande parte acima dos 15 anos não atinge o nível 2 de literacia, isto é, não consegue compreender o que está escrito", constata a técnica. "O público português não é um público leitor", confirma a proprietária da Bichinho do Conto, que indica que, noutros países europeus, "a hora do conto é obrigatória nas escolas". Também em Portugal, iniciativas como esta podem ajudar a aumentar o número de leitores e subir o nível de literacia entre a população.~




Incentivar os novos leitores e criar hábitos de leitura desde cedo

A Bichinho do Conto, na Fábrica da Pólvora, em Oeiras, é a primeira livraria totalmente dedicada às crianças em Portugal. Um espaço que nasceu há três anos "da vontade de querer estar próxima e querer formar leitores", explica Mafalda Milhões, editora, livreira e também autora e ilustradora de Perlimpipim, Perlimpimpão. Transmontana, quis trazer para a capital "a tradição dos contadores de histórias", uma herança familiar legada pelo avô, que era contador de histórias e pela mãe, professora primária que recorria às histórias para explicar os problemas de matemática.

Contar histórias a crianças que nunca abriram um livro é o propósito de Mafalda, responsável pela introdução da hora do conto na maior parte das bibliotecas de Oeiras. No entanto, o seu objectivo é "abrir no interior", esperando que o exemplo da Bichinho do Conto sirva de inspiração a mais pessoas.

Também Elsa Serra, da livraria Pequeno Herói, na Graça, quer partilhar com os mais novos o prazer de folhear um livro, de o ler e interpretar. Explorar "a escrita ou a dimensão da leitura" é o que motiva a responsável, com alguns anos de currículo na área da literatura infantil.

O aparecimento de espaços como estes vem confirmar uma tendência de mercado já descoberta pelas boas livrarias, que dedicam aos mais novos pequenas mesas e cadeiras rodeadas de livros coloridos, que se tornam tão apelativos como outras brincadeiras. É o caso da Fnac, Bulhosa, Almedina, Bertrand e outras. Mas a Pequeno Herói ou a Bichinho do Conto vão mais além, ao organizarem encontros, ateliers e outros eventos específicos para este público.

Para muitos, "é um primeiro contacto com o universo da leitura", considera Marcelo Teixeira, coordenador editorial da Oficina do Livro. Um contacto a aprofundar, uma vez que "vai havendo uma oferta cada vez maior por parte das editoras, não só no número, mas na qualidade desses livros".

Numa sociedade que vive da imagem e onde a predominância de filhos únicos com bastante poder de decisão, "os livros têm que ser vendidos de outra maneira", defende o editor. A par da descoberta de novos autores, Marcelo Teixeira destaca o aparecimento de "um leque de belíssimos ilustradores" que dão forma e cor às histórias infantis.


A ficha

BICHINHO DO CONTO

Morada. Fábrica da Pólvora de Barcarena, Edifício 25, Barcarena, Oeiras

Tel. 214 303 478

PEQUENO HERÓI

Morada. Largo da Graça, 79 Lisboa

Tel. 218 861 776



2005/11/05

"Histórias para Contar em 1 Minuto e 1/2"

"Estava feito a primeira pergunta do teste. Em seguida, outra qual foi a de que mais gostaste? E aí a resposta foi mais complicada: "Não sei..." Não sabes porquê? Depois de pensar um pouco disse que era difícil escolher uma única porque tinha gostado de várias. E aí a conversa divergiu para outros assuntos, afinal nenhum jovem normal tem paciência para aturar um inquérito com o objectivo de sanar as dúvidas de um adulto que pretende escrever sobre o volume em causa.

A verdade é que este Histórias para Contar em 1 Minuto e 1/2 tem um andamento que cativa a atenção dos leitores a quem se dirige. A velocidade intencional da escrita e os desenlaces de cada historinha proporcionam à criança uma voracidade em saber o meio e o fim, num timing muito conseguido. Isabel Stilwell - com a colaboração especial de dois filhos e das ilustrações de Marta Torrão - desarvora de folha em folha, cativando o interesse dos miúdos sem grandes dificuldades. Até porque escreve sobre temas que os desenhos animados que estão na moda ignoram - bem como muitos dos livros infanto-juvenis - e recupera parte de um imaginário que tantas crianças ouviram e leram durante décadas. Com uma vantagem a actualidade do mundo em que vivem está lá, há bruxas e pesadelos, mas também existem computadores e extraterrestres. Ou seja, mais que um conjunto de histórias para adormecer, são uma feliz explicação da vida."

2005/10/14

Ainda sobre Harry Potter

Continuamos o aqui iniciado:

Quando sai o próximo?

Maria João Caetano

Harry Potter e o Príncipe Misterioso, tradução portuguesa do sexto volume de Harry Potter, chega esta noite às livrarias, mas, por estes dias, J. K. Rowling já deve estar a alinhavar as páginas do sétimo e último livro da saga.Na única entrevista que concedeu a propósito do lançamento de Harry Potter and the Half-Blood Prince (entrevista feita por um fã, Owen Jones, e transmitida no canal inglês ITV a 17 de Julho), a autora revelou ter sentimentos ambíguos em relação ao anunciado final da série "Apesar de estar há 15 anos à espera deste momento, penso que será um choque", disse.Dividida entre a sensação de "dever cumprido" e o provável vazio que vai sentir por não ter de escrever mais sobre o pequeno feiticeiro, a escritora enfrentará, então, um desafio porventura maior do que o de criar o universo fantástico por onde se move Potter mostrar ao mundo que existe para além do fenómeno que a tornou popular e que o seu talento não se esgota com Potter. Desde 1997, data de edição de Harry Potter e a Pedra Filosofal, que J. K. Rowling deixou de dar aulas para se dedicar inteiramente à escrita. Fã de Jane Austen e admiradora de autores como E. Nesbit, Dodie Smith ou C. S. Lewis, Row-ling tornou-se a escritora preferida dos jovens de todo o mundo. Cada livro vende mais do que o anterior, gera mais expectativas e é acompanhado por uma campanha de marketing sempre mais original. 24 horas depois de ter sido lançado, tinham sido vendidos 6,9 milhões de exemplares de Harry Potter and the Half-Blood Prince nos Estados Unidos e mais de dois milhões no Reino Unido. Portugal. Por cá, os números também são surpreendentes. O primeiro Harry Potter chegou às lojas com uma modesta primeira edição de dez mil exemplares. Para o Príncipe Misterioso, a editora anuncia "a maior edição de sempre em Portugal" 150 mil exemplares estarão esta noite à venda por 19 euros . Alguns dos que vão comprar agora a versão portuguesa terão já lido a versão original: nove mil exemplares de Harry Potter and the Half- -Blood Prince foram vendidos em Portugal no primeiro fim-de-semana (15-17 de Julho). A FNAC garante que até agora, em todas as suas lojas, se terão vendido pelo menos dez mil exemplares do sexto livro em inglês. Não admira, portanto, que a livraria virtual Amazon.com tenha recentemente eleito Rowling como a autora que mais vende - mesmo se comparada com outros grandes sucessos (como Dan Brown) ou com clássicos (como Shakespeare). Estratégia. Além dos livros, há os filmes, os jogos de vídeo e até os discos. Lançada a 22 de Agosto, a edição áudio de Harry Potter and the Half-Blood Prince, com voz de Stephen Fry, tem uma duração superior a 21 horas, mas isso não parece ter afastado os fãs mais de dois milhões de cópias foram vendidos só no primeiro dia.De acordo com Stephen Brown (no livro Wizard! Harry Potter Brand's Magic) a marca Harry Potter é tão reconhecida quanto o símbolo da Nike ou os arcos dourados da McDonald's. O que se traduz, obviamente, em dinheiro. Na sua declaração de IRS de 2003, J. K. Rowling anunciava ter ganho seis vezes mais do que a rainha de Inglaterra e, de acordo com a listagem anual da revista Forbes, a sua fortuna está agora avaliada em qualquer coisa como mil milhões de dólares.Ao mesmo tempo que surgem discussões sobre se Harry Potter se vai tornar um "clássico" da literatura infanto-juvenil, como Peter Pan, Robinson Crusoé e Huckleberry Finn, ou se a sua autora vai conquistar um lugar na história da literatura, ao lado de Robert Dahl ou Enid Blyton, a maioria dos críticos prefere sublinhar todo o lado publicitário associado aos livros e que parece mesmo contaminar a estratégia criativa da autora.Veja-se, por exemplo, o facto de a publicação dos novos livros estar sempre envolta no maior secretismo. Os fãs que fazem filas nos lançamentos estão ansiosos por saber o que vai acontecer e ninguém tem acesso à história antes de ela estar nos escaparates. J. K. Rowling gosta de dizer que não se trata de um capricho ou de uma qualquer estratégia de marketing. "Não ganho nada a não ser a satisfação de saber que os leitores ficam contentes com isto. Acredito verdadeiramente que 99,9 por cento dos meus leitores preferem ler os livros e descobrir eles mesmos o que vai acontecer." Pode até ser, mas, para garantir a avidez dos leitores, ao contrário do que aconteceu nos três primeiros livros, onde as histórias eram bem resolvidas, a partir do quarto volume J. K. Rowling termina cada livro deixando propositadamente muitas perguntas por responder e enigmas por resolver. Esta estratégia é particularmente visível no Príncipe Misterioso, considerado por muitos críticos (e até pelos fãs) como um dos mais fracos da série. É o caso de John Mullen, que escreveu nas páginas do The Guardian que Rowling "está tão concentrada na concepção da série que a narrativa deste livro específico deixou de ser uma preocupação". Ou Henry Sutton, do Daily Mirror "O enredo parece ter como único objectivo lançar as fundações para o sétimo e último volume." Do ponto de vista comercial, a estratégia não podia ser melhor: depois de ler Harry Potter e o Príncipe Misterioso, a pergunta que se impõe é "Quando sai o próximo?"
A feitiçaria é velha, as paixões são novas
Susana Salvador
Harry Potter e o Príncipe Misterioso tem tudo o que os cinco livros anteriores têm feitiços, poções, Quidditch, mistérios, duelos, mortes... Mas tem também algo que até agora tinha sido mais ou menos contido hormonas, muitas hormonas. O novo livro de J. K. Rowling transborda de romance - afinal, Harry Potter é já um adolescente de 16 anos, ao qual só faltam problemas com as borbulhas. Hogwarts ainda não é o Colégio da Barra da série Morangos com Açúcar, mas uma cena de ciúmes é sempre uma cena de ciúmes, seja no mundo da feitiçaria ou no dos muggles. Para os fãs, contudo, o romance não atrapalha - J. K. Rowling tem o mérito de conseguir criar uma personagem que cresce verdadeiramente de livro para livro, e com a qual os leitores que acompanham esse crescimento se podem identificar. Os problemas de identidade ou as dúvidas amorosas são universais, ultrapassando o mundo fantástico criado pela escritora inglesa em Hogwarts. O que mais importa aos fãs é mesmo encontrar as respostas para as muitas questões deixadas em aberto nos outros livros da série. Mas Rowling não quer desvendar o grande mistério antes do próximo e último livro, levantando o véu apenas sobre o essencial para manter mais uma vez o leitor atento da primeira à última página, e deixando no ar muitas mais questões. A vontade quando se acaba de ler Harry Potter e o Príncipe Misterioso é ir a correr à loja comprar o próximo (o que muito deve agradar aos editores)... mas ainda é preciso esperar. Para já, os fãs podem apenas descobrir quem é o "Príncipe Misterioso". Uma tradução de Half- -Blood Prince - expressão que anteriormente foi traduzida literalmente por "meio-sangue" ou "mestiço" -, que não agrada a todos os fãs. O desejo de não usar uma expressão com conotações discriminatórias, para a qual a própria Rowling alertou, pode ser de saudar, mas a solução encontrada não faz jus ao livro.Numa altura em que não precisa mais cativar o leitor para o universo fantástico de Harry Potter - os fãs já estão rendidos -, Rowling não perde, contudo, o rigor aos pormenores do mundo que inventou e que não pára de reinventar. Feitiços simples como Expelliarmus ou Petrificus totalus já são banais no léxico potteriano, mas surgem no sexto livro lado a lado com o mortal Sectumsempra. O que os fãs querem agora saber é qual será o feitiço mortal usado na derradeira batalha que se espera entre Harry Potter e Voldemort.Esta crítica foi efectuada a partir da versão original do livro.
Harry potter e o príncipe misteriosoAutor. J. K. Rowling
Editora. Editorial Presença
Páginas. 512
Preço. 19

2005/09/28

A Fábula - Programa

10.00

António Manuel Ferreira

Uma Fábula, de António Franco Alexandre

10.30

Isabel Cristina Rodrigues

Cão como o homem. O cão como metáfora da condição humana em Vergílio Ferreira

11.00

Sara Augusto

A multiplicação das fábulas na ficção narrativa de Soror Maria do Céu

11.30

Luciano Pereira

A fábula, um género alegórico de proverbial sabedoria

12.00 Intervalo

15.00

Ana Paiva Morais

Histórias do ínfimo - fabula e a fábula na Idade Média: entre o fabuloso e o obscuro

15.30

Eugénia Pereira

Les Fables de La Fontaine et ses illustrations ou les enjeux de l’interprétation

16.00

Fátima Albuquerque

A Fábula para a Infância: sedução e transgressão no bestiário encantado

16.30

Paula Fiadeiro

Fábulas e efabulações no moralista D. Francisco Manuel de Melo

2005/09/05

The Brothers Grimm, de Terry Gilliam

"Ledger e Damon interpretam os irmãos Will e Jacob Grimm, que não são propriamente os famosos autores homónimos de contos de fadas (embora um deles tenha um livro onde vai anotando histórias e lendas populares), já que preferem o conto do vigário. Os Grimm percorrem a Alemanha invadida por Napoleão fingindo ser peritos no combate a espíritos e assombrações. Investigam as superstições locais, recriam-nas com a ajuda de dois comparsas e alguns efeitos rudimentares, e uma vez os campónios aterrorizados, propõem os seus serviços às autoridades mediante uma boa recompensa. Depois, combatem e vencem a "entidade sobrenatural" e passam à próxima cidade. Só que um dia, numa aldeia onde as crianças do sexo feminino começam a desaparecer umas atrás das outras, os irmãos Grimm deparam com algo que vai muito para além das suas montagens para assustar aldeões e engordar os bolsos.

DESIGUAL. As vicissitudes de produção deixaram marcas visíveis em The Brothers Grimm. O filme pedia várias tesouradas, dispersa-se muito, tem demasiadas sequências no limite do frenético, algumas personagens caricaturais em excesso (até mesmo ridículas, como o general francês de Jonathan Pryce) e nem sempre encontra o tom certo entre a comédia slapstick e o terror, embora esta palha hollywoodesca deva ser mais culpa do argumento de Ehren Kruger do que do realizador. Em compensação, e tal como já havia feito em Brazil e A Fantástica Aventura do Barão, Gilliam constrói um novo ambiente fantástico "orgânico", que parece ter existência própria, em vez de ser mais uma sofisticada colagem de adereços e efeitos digitais uma floresta encantada.

É neste bosque mágico, dominado pela torre da rainha má morta de peste há muitos séculos, percorrido por um lobisomem e assombrado por árvores vivas, insectos repelentes e corvos hostis, que Terry Gilliam puxa pelos seus galões cinematográficos e instala uma atmosfera de conto de fadas de cortar à faca. The Brothers Grimm, aliás, tem cosidas citações a vários contos de fadas, desde O Capuchinho Vermelho a Hensel e Gretel, mas de forma a contribuírem para o enredo, para adensarem uma sequência de terror (como a do Homem de Gengibre feito de lama e com olhos humanos) ou darem impacto visual, e não apenas para lá estarem penduradas e mostrarem que o argumentista e o realizador sabem do que estão a falar.

TERROR. Terry Gilliam explicou na conferência de imprensa que pretendeu, em The Brothers Grimm, recriar a "escala humana dos contos de fadas, que são protagonizados por pessoas reais, em vez de tentar criar por computador o edifico mais alto de todos ou o monstro mais assustador", e conseguiu o que desejava. Tal como conseguiu que o filme recordasse ao espectador que os contos de fadas tendência irmãos Grimm têm uma forte componente de terror. Os melhores momentos de The Brothers Grimm são precisamente os que estão mais colados à realidade arrepiante e sangrenta daquelas histórias, como o do cavalo que engole a criança no estábulo depois de a prender numa teia que lhe saiu da boca, ou as sequências em que a rainha ainda está mumificada no leito mas já regressou ao seu esplendor sensual na reflexão do espelho (o lobisomem, esse, é francamente banal e obviamente digital).

Um filme como este não é feito para que os seus actores brilhem, e a verdade é que alguns deles são prejudicados pelas personagens, como o torcionário italiano de opereta rasca que saiu na rifa a Peter Stormare. Dos dois irmãos Grimm, Heath Ledger dá muito mais nas vistas do que Matt Damon, não só porque o pentearam melhor, mas também porque se deu ao trabalho de arranjar um sotaque (muito Monty Python) para a personagem. Monica Bellucci não podia ter sido mais bem escolhida para fazer a rainha, sugerindo no tom exacto todo o poder maléfico oculto sob a sua beleza sobrenatural. Não admira que faça sangrar, literalmente, o coração de qualquer homem que se chegue a ela. [...]"

2005/08/13

Astérix em Mirandês

Eilhes tornán an Mirandés!

Livro de Astérix tem finalmente autorização para ser editado no dialecto de Miranda Aventuras do herói gaulês já são lidas em 110 línguas

"A tradução em mirandês do livro "Asterix, L Goulés" (o título traduzido no dialecto) já tem data marcada para a sua apresentação pública a iniciativa vai decorrer no próximo dia 15 de Setembro, no El Corte Inglês, em Lisboa. Um mês depois estará a disposição dos leitores nas livrarias nacionais. Entretanto, o novo álbum original - provavelmente o último - é lançado em todo o mundo no dia 14 de Outubro (ver outro texto).

A tradução do álbum foi feita há cerca de três anos pelo escritor e investigador da língua mirandesa Amadeu Ferreira. Nos últimos meses procedeu a uma revisão e aperfeiçoamento dos textos iniciais, que contaram com a colaboração de Carlos Ferreira e Amadeu Ferreira, havendo ainda uma colaboração de António Santos, um apaixonado por banda desenhada que ajudou o autor a entender alguns aspectos da chamada 9.ª Arte.

Divulgar a 'lhéngua'

Inicialmente registaram-se diversos entraves com uma primeira editora que detinha os direitos de tradução, mas a situação foi ultrapassada, cabendo agora à editora ASA os direitos sobre a edição traduzida na "lhégua".

Entretanto as demoras surgidas na edição, tal como o JN já tinha adiantado, não são imputadas aos tradutores - apesar de haver expectativa quanto ao trabalho realizado não ser apresentado na data inicialmente pensada, garante Amadeu Ferreira.

Os livros do Astérix e do seu amigo Obélix estão actualmente traduzidos em 110 línguas e dialectos espalhados por todo o mundo, sendo esta tradução um passo importante para a divulgação da língua mirandesa, que se manteve isolada durante séculos nas aldeias do concelho de Miranda do Douro, e parte do concelho de Vimioso, sendo apenas transmitida de geração em geração por via oral. Actualmente a língua mirandesa está confinada a um universo de sete mil falantes de acordo com os últimos censos.

Segundo Amadeu Ferreira, terminada a tradução em várias língua nacionais, essa divulgação poderia continuar através da tradução das obras de Goscinny e Uderzo em línguas minoritárias - um factor importante para a sua divulgação.

"O mirandês entra para o mundo do herói Gaulês não como uma língua isolada, mesmo sendo minoritária, mas acompanhando todo um conjunto de outras línguas universais", revelou Amadeu Ferreira ao JN.

Nas várias edições livrescas de Astérix publicadas nas mais diversas línguas, na contracapa dá-se sempre nota das línguas em que a banda desenhada está traduzida, o que vem dar um novo alento ao mirandês - levando, assim, milhões de leitores a saber da existência de uma língua que se mantém viva num rincão do nordeste transmontano.

Agora, as crianças das terras de Miranda também poderão dar gargalhadas com as aventuras e desventuras da turma de Astérix na sua cruzada contra os romanos e aos mesmo tempo apanharem o gosto por uma língua que já é disciplina opcional na escolas do concelho de Miranda do Douro, uma região do país que se pretende bilingue.

Como nota final, só os nomes de Astérix e Obélix se manterão na sua forma original; os outros personagens terão nomes diferentes, adaptando o nome originário latino, e seu significado, ao mirandês.” (Francisco Pinto)

2005/08/11

Charlie e a Fábrica de Chocolate

"O livro de Roald Dahl está traduzido para português, com edições na Caminho (1991, na ilustração) e, mais recentemente na Terramar. Entre outros, estão também traduzidos James e o Pêssego Gigante, As Bruxas ou Matilde (Terramar), todos também já filmados. Tim Burton é um realizador americano esgrouviado que vive num planeta só dele, de onde sai de vez em quando para fazer filmes sobre almas penadas (Beetlejuice), rapazes com mãos cortantes (Eduardo Mãos de Tesoura), invasões de marcianos verdes (Marte Ataca!) ou filhos desavindos com os pais e às voltas com peixes gigantes (O Grande Peixe).

Roald Dahl era um respeitável senhor britânico que escrevia livros infantis em que as crianças maltratadas ou desprezadas por adultos acabavam por os castigar, não sem antes terem andado a correr mundo em frutas descomunais (James e o Pêssego Gigante) depois de os pais serem atropelados por rinocerontes, sido transformadas em ratinhos brancos por bruxas (As Bruxas) ou frequentado escolas de pesadelo (Matilde).

Irmãos em imaginação desmesurada e insólita, em humor negro e em alergia ao mundo quotidiano, banal e feio que trata mal as pessoas especiais, Burton e Dahl encontraram-se os dois à esquina (em espírito, claro) quando o primeiro produziu, em 1996, a animação James e o Pêssego Gigante, de Henry Selick.

Agora, Tim Burton revisita Roald Dahl em James e a Fábrica de Chocolate, adaptação de um dos mais bem-amados livros do escritor, já filmado por Mel Stuart em 1971. Mas entre esta versão e a de Burton, vai a distância entre uma pastilha elástica albanesa e uma tablete de chocolate suíço.

Burton pegou na história de Dahl e, respeitando-a quase na íntegra, afeiçoou-a à sua weirdness gótico-poético-enviesada. O pequeno Charlie Bucket (Freddie Highmore, de Em Busca da Terra do Nunca) é sossegado e muito bem-educado. Vive com a família numa casa construída pelo arquitecto do Dr. Caligari num dia em que bebeu de mais, numa cidade industrial saída de um livro de Charles Dickens, com a mãe, o pai e os quatro avós, que nunca saem da cama. A família Bucket é tão pobre que o jantar é sempre sopa de couve (nunca há almoço). A cidade é dominada pela estrutura da fábrica de chocolates Wonka, os melhores do mundo, propriedade do invisível e recluso Willie Wonka.

Um dia, Wonka faz saber que pôs cinco "bilhetes dourados" em cinco tabletes. As crianças que os acharem ganham uma visita guiada à fábrica. Quatro vão parar às mãos de outros tantos pequenos monstros um glutão, uma gananciosa, uma hipercompetitiva e um junkie de TV e jogos de vídeo. O quinto é descoberto por Charlie. E uma manhã, as cinco crianças, cada uma acompanhada por um parente, são recebidas pessoalmente por Willie Wonka.

Tim Burton realiza Charlie e a Fábrica de Chocolate como se fosse uma combinação de guloseima cinematográfica psicadélica para os olhos lamberem até se fartarem, de jornada por um mundo secreto, fantástico e nonsense, e de conto moral tradicional satírico, em que as crianças mal-educadas são elaboradamente humilhadas e castigadas, e as bonzinhas vastamente recompensadas. Cada criança tem direito a uma canção-tema, com as letras originais de Dahl, músicas spaced out de Danny Elfman e coreografias cinéfilo-pop/rock de Burton. (Não, garanto que não comi nenhum chocolate com comprimidos esquisitos misturados.)

A cereja bizarra no topo deste bolo é Willie Wonka, que Johnny Depp interpreta como um travesti de Audrey Tautou com o penteado do falecido Rolling Stone Brian Jones, o guarda-roupa de Austin Powers e os modos de Michael Jackson, menos os impulsos pedófilos; e servido por um exército de Oompa-Loompas, os anões que fazem tudo na fábrica, vividos pelo diminuto actor indiano Deep Roy mil vezes multiplicado por computador.

A única fuga grave de Tim Burton à letra do livro é uma explicação inventada para a paixão chocolateira de Wonka o pai era um dentista antidoces. O escritor teria perdoado a liberdade ao realizador, se soubesse que o pai severo é interpretado pelo magnífico Christopher Lee como um conde Dooku da odontologia." (Eurico de Barros)

2005/07/23

"Triângulo Jota" de Álvaro Magalhães na TV

Aqui fica o resto da notícia do JN de hoje, assinada por João Quaresma:


"Planos mais elaborados

A série "Triângulo Jota" está a ser filmada como se fosse cinema. "O que adianta salientar neste aspecto é que nós estamos a usar uma linguagem cinematográfica, estamos a construir sequências, a fazer planos mais elaborados, muito diferente das 'talking heads' como dizem os americanos da linguagem usada nas telenovelas", esclarece Artur Ribeiro, para quem esta é "uma oportunidade de poder manter-se mais ou menos a fazer cinema, mas para televisão".

O trio de heróis da história, "Joana", "Joel" e "Jorge", estão no Ensino Secundário - 8º, 11º e 12º anos. A Rita e os dois Pedros na vida real dizem-se todos muito confortáveis ao fim de alguns meses de filmagens, que alternam com os tempos lectivos.

Todos estão em consonância com o ambiente que se vive com toda a equipa e do gozo que lhes está a dar participar na série. De outro modo, "já não estávamos aqui", lança Pedro Roquete. Mesmo agora, já em tempo de férias, Rita salienta que não fazia " a mínima ideia que pudesse ser tão cansativo".

Um pouco como peixe na água, devido aos muitos anos de experiência, Mário Moutinho interpreta no episódio "A rapariga dos anúncios" - cujas gravações o JN acompanhou -, o papel de um taxista, pessoa simpática que, no final, surge como o tenebroso mestre de uma seita demoníaca secreta.

"Estou confiante que esta vai ser uma série boa, por diversos motivos primeiro porque o Henrique Oliveira, de cada vez que faz ficção, consegue sempre qualidade, com uma marca, uma personalidade de própria; o realizador, que já conheço há anos, parece-me que está a dirigir isto com muita sensibilidade; por último, temos uma equipa técnica que dá garantias", diz o actor já com 30 anos de carreira.

Preocupação com qualidade

Para o também director do FITEI, as produções com a chancela da HOP! ("Major Alvega" e "Claxon"), "têm aquilo que muitos produtos de televisão não conseguem - devido à emergência - que é um investimento na qualidade, uma preocupação com o produto final, com o rigor, daí a repetição muitas vezes exaustiva das cenas".

E, prossegue, "neste caso do 'Triângulo Jota', há, obviamente, a escrita do Álvaro Magalhães, uma pessoa que escreve muito bem. Tudo reunido, estou convicto que vai ser uma série de grande sucesso". E estava chegada a hora de Mário Moutinho tomar o lugar em frente à mesa dos sacrifícios para gravar a cena final do episódio que contava com a participação da maioria dos intervenientes neste projecto."

2005/07/19

Novo Harry Potter

"Literatura - penúltimo volume da colecção é um fenómeno

Potter é o mais vendido de sempre

E às primeiras 24 horas de exposição já era o maior recordista de vendas de sempre nos Estados Unidos e Reino Unido: ‘Harry Potter and the Half-Blood Prince’, o penúltimo da colecção, ainda sem versão portuguesa mas por pouco tempo.

Contactada a Presença, editora que representa entre nós J.K. Rowling, a autora dos sete volumes que concluem a saga do pequeno aprendiz de feiticeiro, temos novidades: o manuscrito original está desde ontem na editora, seguindo-se agora o processo de leitura e revisão, tradução e composição que sempre antecede cada novo livro. Todo este trabalho está a cargo da equipa de Isabel Nunes, a mesma que já tratou do antecessor. Entretanto, prepara-se o megaevento, ainda no segredo dos deuses, para Outubro.

O novo ‘Harry Potter’, ainda sem título nem preço conhecidos, tem data de lançamento prevista para o final do mês de Outubro e o número de exemplares da primeira edição não está ainda calculado mas “não andará muito longe dos 100 mil relativos ao título anterior (‘Harry Potter e a Ordem da Fénix’)”, adiantou ao CM Inês Mourão, da editora.

Foram 6,9 milhões de exemplares só nos Estados Unidos (a somar a dois milhões no Reino Unido), fez saber, de imediato, a editora responsável pelo lançamento local, a Scholastic: “Mais uma vez, ‘Harry Potter’ fez História”, lia-se em comunicado, onde se adiantava já uma segunda edição a caminho.

Encomendas ‘on line’ também já ‘fecharam’, repetindo, assim, o fenómeno das livrarias, mais de uma dezena de países, que abriram à meia-noite do dia 16, à semelhança de edições anteriores, sendo que, 24 horas mais tarde, ‘fechavam’ as portas ao sexto de sete livros que uma autora e um marketing competentes transformaram num sucesso de vendas sem precedentes.

J. K.Rowling, cuja fortuna conseguida com a saga de Harry Potter a dá como a mulher mais rica do Reino Unido, há muito que anunciou o fim da colecção mas nem por isso deixa de sofrer por antecipação a despedida.

No sábado, em entrevista a uma estação de televisão britânica, Rowling confessou a ambiguidade de sentimentos: “Vai ser um choque. Adorei escrever e o fim é inevitável mas, sei, vai ser um choque. O futuro passará, obrigatoriamente, pelo pseudónimo”, disse."
Correio da Manhã, 19 de Julho de 2005, Jonalista Dina Gusmão

2005/07/18

3ª Jornadinha e 11ª Jornada Nacional de Literatura - Passo Fundo (RS), Brasil

O escritor Ignácio de Loyola Brandão, coordenador dos debates da Jornada, explica que a Jornada tem um caráter multiplicador com a participação intensa de professores e jovens que realmente foram preparados para o evento: "Na minha primeira palestra, há várias edições, eu recebi 280 perguntas por escrito. Eu já viajei muito mas não conheço outro evento literário como esse na Europa, Estados Unidos ou América Latina. Deveria entrar para o Guiness".

Para o secretário de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul, Roque Jacoby, a Jornada é o exemplo de que o livro "é realmente o melhor meio de que a sociedade dispõe para aprimorar o cidadão". Oswaldo Siciliano, presidente da Câmara Brasileira do Livro, explicou que a CBL dará todo o apoio ao evento: "A Jornada de passo Fundo é um exemplo a ser seguido por todos os municípios brasileiros, pois prova que com empenho, planejamento e o trabalho em conjunto dos setores público e privado a difusão do hábito de leitura no Brasil é plenamente possível".

São Paulo terá um envolvimento especial com a 11a Jornada. O Sesc São Paulo desenvolverá um trabalho em suas unidades e a secretaria Estadual da Educação incentivará seus estudantes do Ensino Fundamental para participarem do concurso 9º Concurso Josué Guimarães sobre a obra do escritor Hans Christian Andersen.

A cada edição bienal a Jornada atrai um número maior de autores e leitores. De um tímido começo, há 24 anos, quase restrito a uma iniciativa acadêmica, a Jornada atinge hoje mais de 20 mil participantes diretos, e seus fóruns de discussão tornaram-se referência no mundo literário, conferindo grandeza ao evento e subscrevendo a história de Passo Fundo como o cenário das Letras no País. Além de pré-jornadas organizadas como preparação para o evento no Rio Grande do Sul e em outros estados, duas semanas antes acontece o Festerê Literário, com várias manifestações culturais em vários pontos de Passo Fundo.

Outros autores internacionais confirmados: Mauro Maldonato (Itália), Mia Couto (Moçambique), Ronald Jobe (Canadá), Tassadit Yacine (Marrocos/França), Carlos Reis (Portugal) e Antonio Yebra (Espanha). Entre os diversos escritores nacionais também participarão Frei Betto, José Castello, Moacyr Scliar, Marisa Lajolo, Nelson de Oliveira, Lobão e Daniel Piza.

Promovida desde 1981 pela Universidade de Passo Fundo (RS), a Jornada deste ano, com o tema Diversidade Cultural - o diálogo das diferenças, acontece entre os dias 22 e 26 de agosto, e traz uma série de novidades, a começar pela a realização do Encontro Nacional da Academia Brasileira de Letras que, pela primeira vez na história, ocorrerá fora de sua sede. A Jornada inclui o 4º Seminário Internacional de Pesquisa em Leitura e Patrimônio e o Seminário Nacional de Jornalismo Cultural, além da oferta de 30 diferentes cursos livres de literatura, formação de leitores, dramaturgia, publicidade, língua, cultura surda, samba, pintura e língua estrangeira. Destaca-se ainda a 3ª Jornadinha Nacional de Literatura, dedicada ao público infanto-juvenil.

A 11ª Jornada inova também nos prêmios. Neste ano, o 4º Prêmio UFP Zaffarini & Bourbon de Literatura conferirá R$ 100 mil para o melhor romance em Língua Portuguesa publicado entre junho de 2003 e 30 de maio de 2005. Autores de contos inéditos têm a oportunidade de participar do 9º Concurso Josué Guimarães, com prêmios de R$ 5 mil e R$ 3 mil para primeiro e segundo colocados. Alunos da 4ª, 5ª e 6ª séries podem se inscrever ao Prêmio Hans Christian Andersen, fazendo releituras do renomado contista dinamarquês, com prêmio de uma viagem à Dinamarca de uma semana (incluindo a capital Copenhagen e a cidade de Odense, onde nasceu o escritor. Para os estudantes de Publicidade e Propaganda foi lançado um concurso exclusivo, premiando também com uma viagem a Copenhague a melhor campanha sobre a obra do autor de histórias inesquecíveis como O Patinho Feio, O Soldadinho de Chumbo, João e Maria e a Roupa Nova do Rei, clássicos da literatura infantil.

O bicentenário de Andersen, os 400 anos de Miguel de Cervantes Saavedra, criador de Dom Quixote de La Mancha, obra-prima da literatura universal, e o centenário do consagrado Érico Veríssimo, autor da trilogia O Tempo e o Vento serão reverenciados durante a 11ª Jornada, em diferentes homenagens durante os cinco dias do evento.

Encontro Nacional da Academia Brasileira de Letras

Reinventando os Clássicos é o tema do Seminário da Academia Brasileira de Letras (ABL) que, pela primeira vez em sua história, realizará um encontro fora de sua sede, no Rio de Janeiro. Pelo menos nove acadêmicos já confirmaram presença para os três dias de debates sobre a influência dos grandes clássicos em suas obras.

O Seminário será aberto pelo escritor Ivan Junqueira, presidente da ABL, com o painel Manuel Bandeira e a Consciência Poética. Carlos Drummond de Andrade e Gonçalves Dias serão os temas do segundo dia do encontro, com a participação dos acadêmicos Ana Maria Machado, Antônio Carlos Secchin e João Ubaldo Ribeiro. No encerramento, Alberto da Costa abordará O Ateneu, de Raul Pompéia, uma das mais significativas obras do realismo brasileiro. Arnaldo Niskier falará sobre O Olhar Pedagógico de Machado de Assis e Carlos Heitor Cony apresentará sua visão da obra Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida.

3ª Jornadinha Nacional de Literatura

Com atividades diversificadas, sempre de acordo com a faixa etária, a Jornadinha de Literatura chega à sua terceira edição já como sucesso absoluto. Dirigida a estudantes da 1ª série do Ensino Fundamental até alunos do Ensino Médio, o evento permite a completa interação das crianças e dos jovens com o mundo das letras. Encontros com escritores, sessões de histórias contadas, teatro, dança, música e debates fazem parte da programação, que traz o mesmo tema do painel principal: Diversidade Cultural - o diálogo das diferenças.

4º Seminário Internacional de Pesquisa em Leitura e Patrimônio

Evento paralelo da 11ª Jornada de Literatura, o 4º Seminário Internacional de Pesquisa em Leitura e Patrimônio vai reunir teóricos de várias partes do mundo, a exemplo do que ocorreu em sua primeira edição, em 2002, na Universidade de Extremadura, na Espanha. Os debates incluem temas como cultura, leitura, patrimônio cultural, língua e literatura e já têm confirmadas as presenças de Ronald Jobe, da Universidade de Columbia, Gabriel Nuñez, da Universidade de Almeria, Pedro Cerrillo Torremocha, da Universidade de Castilla La Mancha, Marta Morais, da PUC do Paraná e da escritora e acadêmica Ana Maria Machado, entre outros.

Seminário Nacional de Jornalismo Cultural

Promovido em conjunto com a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), o evento vai discutir as diferenças regionais, o jornalismo de Cultura, de Variedades, de Artes e de Espetáculos, em painéis coordenados por profissionais dos maiores jornais e revistas culturais do país.

Outras atrações

Durante os cinco dias da 11ª Jornada, Passo Fundo abrigará uma dezena de atrações artísttas, en re elas apresentações de Arthur Moreira e a pré-estréia do show de Antônio da Nóbrega, que só entrará em cartaz no circuito tradicional em setembro, além de performances ligadas ao tema da diversidade cultural.

Serviço
11ª Jornada Nacional de Literatura
Data: 22 a 26 de agosto de 2005
Local: Circo da Cultura
Passo Fundo - RS

· Inscrições

As inscrições estarão abertas a partir do dia 1º de junho e devem ser feitas exclusivamente pela internet no endereço www.jornadadeliteratura.upf.br . Foram criadas três diferentes modalidades de inscrição, que incluem a participação exclusiva na 11ª Jornada, ou a sua combinação com um ou mais eventos.

MODALIDADE 1
Participação exclusiva na 11ª Jornada Nacional de Literatura
Inscrição individual - R$ 80,00
Inscrição coletiva -- R$ 600,00 (reunião de 10 participantes - R$ 60,00 por pessoa)

MODALIDADE 2
Participação na 11ª Jornada Nacional de Literatura e um curso opcional
ou participação na 11ª Jornada Nacional de Literatura e no Encontro Nacional da Academia Brasileira de letras: revisitando os clássicos
ou participação na 11ª Jornada Nacional de Literatura e no Seminário Nacional de Jornalismo Cultural
Inscrição individual - R$ 85,00
Inscrição coletiva -- R$ 650,00 (reunião de 10 participantes - R$ 65,00 por pessoa)
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MODALIDADE 3
Participação na 11ª Jornada Nacional de Literatura e no 4o Seminário Internacional de Pesquisa em Leitura e Patrimônio
ou participação exclusiva no 4º Seminário Internacional de Pesquisa em Leitura e Patrimônio.
Inscrição individual - R$ 100,00
Inscrição coletiva -- R$ 800,00 (reunião de 10 participantes - R$ 80,00 por pessoa)


· Quadro de vagas

Palco de Debates e conferências: 4.500 vagas
Seminário da Academia Brasileira de Letras: revisitando os clássicos: 220 vagas
Seminário Nacional de Jornalismo Cultural: 400 vagas
4º Seminário Internacional de Pesquisa em Leitura e Patrimônio Cultural com apresentação de comunicações: 180 vagas
Cursos opcionais: 2000 vagas
3ª Jornadinha Nacional de Literatura
§ 6000 vagas para alunos de 1ª a 4ª séries
§ 3000 vagas para alunos de 5ª a 8ª séries
§ 3000 vagas para alunos de Ensino Médio

Mais informações para a imprensa com Ivani Cardoso/Mary Zaidan (Lu Fernandes Escritório de Comunicação) pelo telefone (11) 381-4600