2005/05/10

Grande Prémio de Poesia da APE atribuído a Manuel António Pina

Confira aqui a notícia publicada na edição de hoje do Diário de Notícias:

"Literatura

Manuel António Pina vence Grande Prémio APE de Poesia

Com a obra poética Os Livros, uma edição da Assírio & Alvim, Manuel António Pina acaba de vencer o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (APE), um dos mais prestigiados galardões da literatura portuguesa. O júri era constituído por Paula Mourão, José Carlos Seabra Pereira, Clara Rocha, José Manuel Vasconcelos e Francisco Duarte Mandas. A mesma obra havia sido distinguida com o Prémio Luís Miguel Nava, em Dezembro de 2004.

Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, ex-jornalista cultural do Jornal de Notícias do Porto, ficcionista (Os Papéis de K.), também na área da literatura infantil, Manuel António Pina disse ao DN ter ficado especialmente satisfeito com o galardão, dada a qualidade do júri "O mérito dos prémios depende do nível do júri."

Quanto à obra, diz tratar-se do "encerramento de um ciclo, uma reflexão sobre a escrita, seus limites e impossibilidades." Os Livros interroga o gesto de escrever e a própria palavra escrita, tendo em conta que o poeta é, em primeiro lugar, um leitor , um depositário de memórias e outras vozes.

"Tento procurar, em Os Livros, uma voz, a minha voz entre as inumeráveis vozes existentes. Haverá essa voz primitiva?", pergunta-se.

Manuel António Pina tenta, por outro lado, desenvolver, nesta obra, soluções formais que vinham já de livros anteriores a variedade de rimas e ritmos, a tensão entre verso medido e não medido.

Instrumento de convocação do mundo, a poesia é, segundo disse, em entrevista ao DN, espanto e queda "porque não há nenhuma resposta, nada nem ninguém responde do lado de lá!" "Não temos senão palavras" - refere ainda.

Nascido no Sabugal (Beira Alta), em Novembro de 1943, Manuel António Pina é autor de livros como Ainda Não é o Fim nem o Princípio do Mundo Calma é Apenas um Pouco Tarde; Nenhum Sítio; Um Sítio Onde Pousar a Cabeça; O Caminho para Casa; Algo Parecido com Isto da Mesma Substância; Cuidados Intensivos e Nenhuma Palavra, Nenhuma Lembrança."

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